quinta-feira, 29 de maio de 2008

O som da emoção






















Uma viola
Uma canção
A fragrância musical
Invade a alma
E num aconchego
A felicidade.
A saudade espraia-se
Em recordações
Embaladas no regaço
Do tempo amado.
Numa intensa corrida
Caminhos trilhados
Sonhos embriagados
Lutas vencidas
Marcas profundas
Tatuadas pelos pingos da realidade.


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quarta-feira, 28 de maio de 2008

Palavras
















As palavras são sentimentos com som...
que saltitam, volteam, rodopiam no ar e voltam
tranquilas ao seu lugar...

Um miminho de uma amiga... Obrigada tb...margaridas,beijos e sorrisos para ti menina linda...

sábado, 24 de maio de 2008

Menino de Cristal















Enternecida,
beijava com o olhar
o menino solitário,
com as suas mãos hábeis
dava vida à folha de papel
nasciam barquinhos
e também moinhos de vento
com o seu olhar doce
irradiava de alegria
coloria os seus sonhos
voando,voando, sem parar...
Numa miragem
Julguei sonhar com tanta beleza
Fugiram-me as palavras, felicidade.
Num vislumbre de eternidade
eu, ele e as emoções...
Dançamos uma valsa,
formada de cristais da esperança...


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terça-feira, 20 de maio de 2008

Mar












Mar… Ó Mar!
Sentada na areia dourada
Chamo por ti, embevecida.
A tua beleza fascina-me,
Rendo-me aos teus encantos
Enfeitiçada pelo teu perfume, maresia.
Corro na tua direcção, desnudada
Mergulho dentro de ti e arrepio-me.
Submersa provo o teu gosto, sinto a tua força
Entre lençóis brancos e ar rendilhados,
Bordados a fio de prata; deslizo no teu leito
Sendo possuída pela tua imensidão azul
Imirjo: despojada de um mundo sombrio
Eu renasço!
No horizonte o crepúsculo sorri e
A lua espreita timidamente
Ouvindo o teu marulhar de mãos dadas.
Os teus braços envolvem-me com violência
Mas eu não posso viver sem ti.


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sábado, 17 de maio de 2008

Rosa Negra



















Dormia e sonhava
o lábio sorria
enfeitiçada
cheia de alegria
cantava, e dançava
num mar de rosas
enlevada nas ondas
paixão,
seducão,
prazer,
exaltacão...
A tua voz dentro
de mim
numa doce ousadia
sedenta
devora-me
matando a sede
de uma eterna loucura.
Numa explosão de pétalas
renascia a rosa negra.
O poeta escreveu poesia pura.


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quinta-feira, 15 de maio de 2008

Lágrima
















A lágrima
saltou dos olhos
tocou no chão
brotou alegria
foi presença
de uma emoção regada.
Ombro amigo
confiança
alma lavada
entrega
abençoada.
Passo a passo
alivio
vontade
sonho
ausência.
Pedras preciosas...
diamantes de vida.


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sábado, 10 de maio de 2008

Tempo sem tempo...




















Tempo sem tempo...

O fogo do sol brilhava sobre a rosa pelas almas e corpos que se entregavam às delícias da paixão. Suavemente, as mãos dele deslizaram em todos os caminhos de beleza dela. E foi botão de rosa. O sol, timidamente, acariciava-a e, enternecido e os seus raios eram carícia. Sensações mil despertavam o desejo para que as pétalas viçosas e virgens se abrissem. O sol fugia e reaparecia numa intensidade cada vez mais apetecida. E ele dançou nela, envolvendo-a docemente nesse calor inebriante. E ela dançou com ele. E a pétala sangrou no seu abrir lento. A sedução era a entrega sem limites. E a primeira seiva de vida correu. Sorriu ao sol e o seu perfume foi oferta àquele calor acariciante. E o sol tomou-a inteira. A ternura da paixão conquistou-a até ao fundo da sua alma. Momento mágico de vida! As suas pétalas tinham-se aberto agora em plenitude. Milagre de vida e a rosa nasceu plena.

Ambos sorriam… neles uma primavera.

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quarta-feira, 7 de maio de 2008

Rui













Rui é dono de um salão de jogos.
Passa mais de dez horas naquele local, que ele próprio criou.
"Até parece que é o seu santuário".
Rui é um jovem muito bonito,e sobretudo uma pessoa bem disposta e muito querida entre os amigos, mas sofre
de uma doença rara : Ataxia de Friedreich.
A Ataxia de Friedreich é uma doença, progressiva e hereditária, recessiva do
sistema nervoso que afecta o equilíbrio, coordenação e movimento.
Ataxias,em Portugal existem milhares de pessoas com esta doença, tanto no continente como nas ilhas.
A portadora da doença é a mãe do Rui.
Teve uma gravidez normal, sem complicações.
A irmã do Rui não sofre desta doença.
Aos dez anos de idade surgiram os primeiros sintomas: um desiquilíbrio que
vem aumentando com o decorrer dos anos.
Presentemente, Rui está pior das pernas, e tem a voz um pouco distorcida.
Faz reabilitação há vários anos.
Não toma qualquer medicamento!
Tem uma vida normal! Vive perto da mãe, mas independente, tem o seu próprio espaço.
Usa cadeira de rodas quando precisa de deslocar-se para um sitío mais distante.
Infelizmente, correr pela praia acompanhado pelo seu cão, como tanta vez o fez, já não pode.
Hoje, organiza torneios de snooker e gosta de participar em vários jogos :xadrez ,damas e cartas, o que lhe dá grande prazer.
navegando pela Internet sempre que possível.
Gosta muito de viajar e conhecer outros costumes e tradições.
Tem momentos em que fica triste, mas logo se ocupa de algo para desviar os maus pensamentos.
Rui está consciente da sua doença, mas luta todos os dias com muita garra, coragem e persistência para conseguir travar a doença.

Era bom reflectir como somos por vezes tão egoístas, provocando uma tempestade num copo de água e ignorando as coisas mais simples e essenciais da vida, às quais só damos valor depois que as perdemos...

Uma frase que o Rui diz muito.

"cair toda a gente cai, a verdadeira força está em levantarmo-nos"


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terça-feira, 6 de maio de 2008

Se eu pudesse

















Ah! se eu pudesse
segurar a mão,
de todas as crianças do mundo.
Dar o brilho às suas almas
doces e cristalinas.
Não faria distinção,
Da raça!
da cor!
da pobreza e da riqueza!
Enxugaria as suas lágrimas,
aliviando os seus fardos diários,
trocaria as cores sombrias
pela cor do amor
que cintilariam,
sempre em seus corações,
e os seus rostos, tristes, sorririam.
Salvaríamos o olhar das crianças
ainda não estragadas,
pela educação repressiva
e conseguiríamos docemente
viver, sentir, e amar...
Partilharíamos a plena felicidade.
Sem sermos assassinos
da sua pureza natural.


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sábado, 3 de maio de 2008

Nostalgia















A noite cai lentamente e nela a nostalgia.

Acaricia a saudade...

Na gaveta, velhas lembranças, um diário, chave perdida, folhas amarelecidas pelo tempo. Olhares de Cinderela. Um trevo, a primeira rosa, os versos não enviados. Páginas desfolhadas uma a uma, reflexo de segredos. Os anos passaram, os receios sobreviveram aos temporais. Sonhador, impulsiva comunhão de um sentir. Olhos fechados... corpo cansado, sofrido e chorado...o som do vinil... passos arrastados... sonhos verdes...pedaços de vida. Rosa ressequida sangrando de mãos ausentes.


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quinta-feira, 1 de maio de 2008

Teia













Teci uma teia
Com gotas de aljôfar
Indolente o Sol reluzindo
Enleou-se em seus misteriosos fios.
Ávida de fome e de sede
Quis sentir a felicidade
Num ímpeto de loucura.
Viajei sem parar…
Tudo era perfeito…
Envolvi-me inteira...
A transparência desbotou-se
Suavemente….
Caí… levantei…
No silêncio e sabedoria
Rompi os fios mal cerzidos
Colados pela fantasia
Lavei o rosto no rocio.
Libertei as amarras...
Sonhos, ilusões... é passado
Levanto voo…a alma desprende-se
Encaro a realidade.
Caminho, sorrindo, pisando firme
No ventre da terra fria
É a minha vida!


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