sábado, 25 de janeiro de 2014

Os três porquinhos aventureiros


Reinava uma grande alegria na quinta da tia Isabel, quando a porca, Bola-de-Neve, pariu treze porquinhos.
Os filhos da tia Isabel não arredavam pé do cercado. Gostavam muito da porca, e admiravam a maneira como ela tratava os leitõezinhos.Com muito carinho, amamentava os seus leitões, sem se queixar da sofreguidão como eles mamavam nas suas tetas. Eles tinham uma grande amizade com a Bola-de-neve. Ela já os conhecia pelo chamamento.
A quinta da tia Isabel era familiar e muito acolhedora. Com a ajuda dos filhos, tratava os animais com muito carinho. Todos eles tinham nome próprio.
Os dias passavam e os porquinhos cresciam e ficavam cada vez mais independentes da mãe.
Numa bela tarde de verão, a Bola-de-Neve estava muita cansada e cheia de calor, chafurdou na lama onde se refrescou e fechou os olhos por instantes.
Dos trezes porquinhos, havia três muito irrequietos e teimosos. Pig, Lili e o Bartolomeu viram a mãe distraída e sorrateiramente escaparam-se do cercado por umas tábuas despregadas. A mãe pressentiu e roncou, mas eles não quiseram saber do chamamento da mãe. Curiosos e impacientes, a ideia de explorar a quinta e de conhecer os outros animais tinha germinado há dias atrás.
Corriam pela quinta em fila indiana, levaram o estendal da roupa à frente. O cão latiu, as galinhas cacarejaram e a branquinha relinchou. Embrulhados na roupa, continuavam a correr sem parar e não se aperceberem que saíam da quinta.
Depois de algum tempo, desenvencilharam-se das roupas. Encontravam-se diante de um grande lago, nadaram, brincaram uns com os outros e descansaram olhando em seu redor, tudo era novidade para eles. Felizes e contentes continuaram a aventura.

Entraram pela floresta dentro.
Um porco-espinho fugiu assustado deles. Encontraram um javali e pensaram que era da sua família. Aproximaram-se do javali que comia tranquilamente bolota, enxotou-os e eles fugiram dali. Os sons da floresta eram diferentes daqueles que eles conheciam. Assustaram-se a roçar nas folhas, com o canto dos cucos e com o zumbido das abelhas.
Começara anoitecer, eles tinham fome e saudades da mãe e dos irmãos. Queriam voltar para a quinta. Deram voltas e mais voltas e não achavam o caminho da quinta. Estavam perdidos e não sabiam sair da floresta. Medrosos e aflitos grunhiam muito alto. Foram ouvidos pela tia Isabel que os procurava com os filhos. Foram encontrados muito juntinhos e assustados.
Levaram-nos para o cercado, a Bola-de-Neve acarinhou os filhotes. Eles, envergonhados, prometeram à mãe que não voltariam a sair do cercado. Afinal nem tinham conhecido os outros animais.
A mãe, feliz por ter os seus filhos de volta, aconselhou-os a não terem pressa de descobrir o desconhecido.
Meses mais tarde, a Bola-de-Neve e os filhotes mudaram-se para um novo cercado perto dos outros animais.
Felizes e contentes grunhiam.