
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
A menina e o piano(terceira parte)

quarta-feira, 2 de outubro de 2013
A menina e o piano(segunda parte)
Ana era uma menina de nove anos, nervosa e instável, andava sempre na corda bamba dos pais por causa das suas discussões constantes.
Ana era muito bonita e inteligente, tinha cabelos compridos, encaracolados, castanho-claros, olhos castanhos e tinha um porte altivo.
Maria sentia por vezes uma ponta de inveja, ela queria ser como a prima. Era o seu ídolo.
Ela era apaixonada por livros de príncipes, princesas e fadas. Achava que a prima era parecida com uma daquelas suas princesas. Os seus cabelos sempre bem penteados, encaracolados, caídos pelas costas, os vestidos de cambraia e seda enfeitados por laços de veludo, com muita roda. Simplesmente maravilhosos. Os seus eram feitos de chita às florinhas, simples e, quando a prima lhe dava as roupas que já não usava, Maria saltava de contentamento.
Quando a aula de piano acabou, as duas pequenas foram imediatamente para o quintal.
Ana, irritada, desabafou com a prima que não queria continuar com as aulas de piano. Eram uma maçada. Gostava de tocar de ouvido, mas detestava as aulas e praticar as escalas. O seu avô não compreendia que ela não podia concretizar o seu sonho. Ela não iria tocar mais. Podia dar até dar o piano ao primo Manuel, que, sempre que ia lá casa, namorava o piano.
- Pensava que gostavas de tocar piano. Disse Maria tristinha. -Tocas muito bem!
E a prima, firme na sua decisão, disse:
- Para mim acabaram as aulas de piano. O sonho do meu avô era que os filhos tocassem piano, mas eles não quiseram. Quando ele era pequeno, ouvia a vizinha a tocar piano e, fascinado pela suave música, espreitava a pianista pela janela. Prometeu a si próprio que, quando fosse grande, compraria um piano. Mas era muito pobre e teve que trabalhar muito para comprar o piano. Quando o meu pai tinha 15 anos, ofereceu-lhe esse piano, mas o meu pai nunca quis aprender. Pensou que eu iria realizar o seu sonho. Está muito enganado. Disse arrogante.
-Crianças, venham lanchar! - Chamava avó de Ana.
Ana tinha mais dois anos do que Maria, andava num colégio particular de freiras em Lisboa. Já sabia ler e escrever corretamente. O avô, quando trazia o jornal, dava-lhe sempre a folha que trazia os desenhos animados. Momento sagrado em que Ana se isolava e não dava importância à pequena Maria que andava à volta dela.
Priminha, já acabaste de ler? Eu quero brincar.
continua...
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
A menina e o piano
Era uma vez uma menina, chamada Maria, tinha sete anos e andava na primeira classe. Ela tinha cabelo muito curto, liso e castanho-escuro, olhos azuis e um sorriso tímido a fazer sobressair as bochechas coradinhas.
Vivia em sítio ermo, numa pequena casa azul com a mãe, padrasto e um irmão bebé. Não tinha amigas ali por perto a não ser a sua boneca de trapos dada pela avó, num dos anos em que tinha ido com ela para as termas. Por causa do seu reumatismo, era o bálsamo para as suas dores. Maria tinha um amiguinho imaginário, brincavam muito, viajavam juntos para a terra dos sonhos e tinham longas conversas. A amizade deles era profunda.
Maria, ansiosa, contava pelos dedos das mãos os dias que faltavam para ir ter com a prima.
Fazia seis quilómetros da sua casa até ao centro da aldeia para brincar com a prima, que vinha de Lisboa com os pais todos os fins-de-semana.
As duas primas encontravam-se na casa da avó de Ana, que era irmã da avó de Maria.
A avó de Maria era viúva e a sua irmã convidou-a a viver com ela. O seu marido andava sempre em viagem e os seus dois filhos viviam distantes. A avó de Maria tinha um grande carinho pelo cunhado e tratava-o por mano, apesar de serem primos. As suas mães eram irmãs.
Família abastada, era conhecida na aldeia pela sua generosidade. Originária de uma família humilde, com esforço, dedicação e muito trabalho, tinha criado o seu próprio negócio.
Numa tarde chuvosa e cinzenta, Maria beijou a mãe e o irmão, o padrasto estava a trabalhar, era vidreiro, e com o seu xaile, saiu de casa rumo à aldeia, com o seu coraçãozinho apertado. Era uma menina medrosa, mas a vontade de brincar e estar com a prima vencia o medo
Uma doce música chegou aos seus ouvidos a poucos metros da casa dos tios. Ana já tinha chegado e tocava piano enquanto esperava pela priminha.
A tia, mulher rica e dominadora, abriu-lhe a porta.
-Entra, entra, já vens atrasada, a tua prima está na aula de piano! Disse orgulhosa.
Timidamente cumprimentou toda a família e pediu ao tio se lhe dava licença para ir ter com a prima.
Com um sorriso nos lábios, o tio indicou-lhe a porta do escritório.
Cautelosamente, abriu a porta e sentou-se num banco ao ver a prima a tocar piano. Os seus olhitos azuis-claros admiravam a agilidade com que os dedos da prima dançavam pelas teclas do piano.
Ana tinha aulas particulares de piano. Ana achava-as um aborrecimento, enquanto a pequena Maria estava maravilhada, ela tinha muitos sonhos, um deles era ser pianista quando fosse grande. Tinha uma grande fascinação pelo piano.
Continua....
domingo, 19 de maio de 2013
O Morcego Fred

quarta-feira, 3 de abril de 2013
A Borboleta Vaidosa

terça-feira, 12 de março de 2013
Os Amarelinhos

Era uma vez uma mamã galinha, branquinha, que tinha três pintainhos. Amarelinhos e com uma pinta preta na cabeça, distinguiam-se dos outros pintos do galinheiro. Eram muito fofinhos e viviam todos muito felizes, na capoeira da D. Alzira. Grande alvoroço instala-se todos os dias na capoeira à hora em que a D. Alzira vai alimentar os seus galináceos. Galinhas, pintos, frangas, garnizés e um galo para tomar conta do galinheiro. D. Alzira virou camponesa, depois de ter trocado a cidade pelo campo, quando se reformou. Mexer na terra, plantar, colher, acordar com o raiar do dia, fazia dela uma mulher feliz e realizada. Uma manhã, có…có…ró…có …có cantou o galo todo emproado, a despertar os galináceos para um novo dia. E, nesse dia, a mãe galinha apanhou um grande susto, o maior da sua vida. A galinha branquinha tinha encontrado um saco de milho muito douradinho num canto da capoeira. Com muito esforço, levou o milho para o seu espaço, pensando fazer umas bolachinhas com a ajuda dos filhotes. Mal sabia ela que estava a ser espiada pelo pinto Silvestre, que esfregava as mãos de contente com a brilhante ideia que tinha tido. Silvestre era um dos pintos, quase frango, do galinheiro. Muito amarelo, era muito vaidoso e refilão, ninguém na capoeira gostava dele pelo seu comportamento conflituoso. A mamã galinha recomendou aos filhinhos que não saírem dali nem falassem com ninguém enquanto ia dar dois dedos de conversa com a comadre, a galinha castanha, e, quando voltasse, iriam fazer as bolachinhas. - Vai descansada, mãe! Ficamos aqui a brincar. Somos bem comportados. Disseram os três em uníssono. O pinto Silvestre, mal viu a galinha a falar com a comadre, correu para o lugar onde viviam os pintainhos com a pinta preta na cabeça. - Olá, posso brincar com vocês? - Volta cá mais tarde, disse um dos pintainhos lembrando-se da recomendação da mãe para não falarem com estranhos. - Sabias que podemos sair daqui com facilidade? A rede tem um buraco. Até podemos conhecer o mundo do outro lado! Silvestre tanto espicaçou a curiosidade do pinto que este acabou por aceitar ir com ele, embora dizendo que não se podiam demorar, não fosse a mãe voltar. Quando a mãe chamou os filhotes para fazerem as bolachinhas, só dois pintainhos apareceram ao chamamento da mãe. - Onde está o vosso irmão? Os dois pintos responderam que não sabiam. - Não saiam daqui que eu vou à procura dele. A galinha correu o galinheiro todo, cacarejando desesperadamente, mas nada, nem vestígios do filho. Um coelhinho malhado, que vivia numa toca do quintal da D. Alzira, todos os dias corria e saltava, tic…tic…tic…, em direção à plantação de cenouras. Estava ele sentado a comer gulosamente uma grande cenoura, quando ouviu um som aflitivo. De mansinho aproximou-se e qual o seu espanto quando viu no meio das cenouras um pintainho a piar…piu …piu…piu... O coelho rapidamente roeu a corda que prendia as patinhas do pequeno galináceo, perguntando: - Quem te prendeu aqui, pintainho fofo? O pintainho amarelinho, quase sem forças, mal conseguia falar e muito baixinho respondeu: - Foi o pinto Silvestre que me enganou, prometeu-me mostrar o mundo e deixou-me aqui preso. Ele é muito mau e mentiroso. Eu quero a minha mãe e os meus irmãos! Por favor, leva-me até eles, suplicava chorando. O coelho ofereceu-lhe o seu lombo como transporte e lá foram eles para a capoeira. Silvestre, depois de ter deixado o pintainho no meio das cenouras, correu para a capoeira, mas, de repente, vê uma lata com tinta preta e com muita habilidade faz uma pinta preta igual à dos outros pintos. Radiante, entrou no espaço da galinha branquinha e, timidamente, aproximou-se. A galinha branquinha deu pela sua presença, mas nem se virou. - Depois falamos! Disse a mãe com cara de poucos amigos. Agora vem ajudar a fazer as bolachinhas. O pintainho desaparecido, mal viu a mãe e os irmãos, saltou do lombo do coelho e correu para a sua família. - Adeus coelhinho, obrigada! - Estou aqui mãezinha, desculpa, desculpa, disse o pintainho correndo para galinha branquinha. Mas a galinha afastou o pintainho e docemente disse-lhe: - Estás enganado, meu fofinho, eu tenho aqui os meus três filhos, apontando para os três pintainhos com a pinta preta na cabeça. - Não, eu é que sou o teu filho, um deles é o pinto Silvestre, ele prometeu-me mostrar o mundo lá fora e enganou-me, chorava o pintainho sem parar. De repente, a D. Alzira deitou um balde de água no terraço com tanta força que atingiu um dos pintainhos. O pintainho ficou todo ensopado e uma tinta preta escorreu-lhe pela cabeça abaixo. A galinha percebeu o que tinha acontecido e acolheu com alegria o seu próprio filho, enquanto Silvestre, ao ser descoberto, fugiu a gritar: - Eu só queria fazer bolachinhas! Silvestre não era mau. Portava-se mal, porque era órfão, não tinha mãe nem irmãos, nenhuma família que o compreendesse, o abraçasse e falasse com ele. De maneira que sentou-se num canto escuro, encolhido, e começou a chorar de solidão. Uma galinha velhinha, que ia a passar, condoeu-se de Silvestre e ofereceu-se para ser sua avó. O pequeno Silvestre aceitou com alegria. Pulando e rindo de felicidade, foi pedir perdão à galinha branquinha e aos seus filhos e prometeu nunca mais fazer maldades. Na capoeira da D. Alzira reina agora a paz e a alegria e, de vez em quando, os três pintainhos amarelinhos com uma pinta preta na cabeça convidam o Silvestre para brincar e fazer bolachinhas de milho.
sexta-feira, 8 de março de 2013
Simplesmente mulher!

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